Rússia ameaça guerra nuclear se Ucrânia tentar retomar territórios: 'Será o fim do planeta', diz assessor de Putin

Chefe da delegação russa nas negociações por paz, Vladimir Medinski, ameaçou uso de armas nucleares se Kiev e Otan tentarem reaver territórios ucranianos atualmente ocupados por Moscou. Retomada das regiões é condição da Ucrânia para cessar-fogo.

Um assessor do presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou uma "guerra nuclear" caso a Ucrânia e a Otan (Aliança Militar do Atlântico Norte) tentem reaver os territórios ucranianos ocupados pelas tropas russas, segundo a agência estatal russa Tass.


Vladimir Medinski, assessor de Putin que também lidera a delegação russa nas negociações diretas com a Ucrânia pelo fim do conflito, disse que seria "o fim do mundo" caso não haja a assinatura de uma "paz verdadeira" para encerrar a guerra na Ucrânia.

“Se o conflito for interrompido na linha de frente e não houver um acordo de paz real — apenas um cessar-fogo — então isso vai se transformar, sabe, como aquela região disputada entre Armênia e Azerbaijão, o Carabaque”, disse Medinski. “Depois de algum tempo, a Ucrânia, junto com a Otan e seus aliados, entrará na aliança, tentará retomar o território, e isso será o fim do planeta — será uma guerra nuclear.”

Medinski não deixou claro o que quis dizer com "paz verdadeira". No entanto, a Rússia tem sido irredutível em suas condições para o fim do conflito: entre a série de requisições, quer para si os territórios ocupados por suas tropas (cerca de 20% da Ucrânia), a impossibilidade do rival entrar para a Otan

Em meio ao impasse por um acordo de paz, Rússia e Ucrânia realizaram uma nova leva de troca de prisioneiros de guerra nesta segunda-feira (9).


Desta vez, foram devolvidos, de ambos os lados, prisioneiros de guerra com menos de 25 anos e outros que haviam sido gravemente feridos, o início do que pode se tornar a maior troca da guerra até agora.


Na semana passada, negociadores da Rússia e Ucrânia que travam o primeiro diálogo direto entre os dois países por uma tentativa de paz concordaram em trocar 1.200 prisioneiros de guerra de cada lado, além de repatriar milhares de corpos de pessoas mortas na guerra.

A libertação dos prisioneiros nesta segunda foi a primeira leva da troca. O número exato de militares devolvidos de cada lado não havia sido informado até a última atualização desta reportagem, mas o assessor do Kremlin Vladimir Medinsky disse no fim de semana que uma primeira lista de 640 prisioneiros de guerra havia sido entregue à Ucrânia.


"A troca de hoje já começou. Ela será feita em várias etapas nos próximos dias", declarou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.


"O processo é bastante complexo, com muitos detalhes sensíveis, e as negociações continuam praticamente todos os dias. Contamos com a implementação total dos acordos humanitários alcançados durante a reunião em Istambul. Estamos fazendo todo o possível para trazer de volta cada uma das pessoas."





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